sexta-feira, 28 de março de 2008

Rádio Difusora Minas Gerais



À minha direita, meu colega Eduardo Alvim Barbosa, quando fazíamos uma transmissão do Carnaval de Clube, para a Rádio Difusora Minas Gerais.




Com o advento da Rádio Difusora Minas Gerais, pertencente ao Dr. Sérgio Ramos Vieira Mendes, fui convidado para ser o primeiro Locutor-Apresentador da emissora, que conseguiu arregimentar poucos, mas os melhores profissionais de cada área das outras duas já existentes.



Houve um reboliço no meio artístico da cidade de Juiz de Fora, pois que até aquela época, a PRB-3 e a Industrial, eram " donas " do mercado.



Chegou a emissora com excelente qualidade de som, visual lindo em seu carro de reportagens, e profissionais gabaritados que iriam chamar a atenção dos ouvintes até então acostumados apenas com as duas anteriores. Foi sucesso absoluto, como tudo o que é recem inaugurado.



Foi instalada em uma casa antiga na esquina das ruas Carlota Malta e Santo Antonio, atrás da Igreja Catedral da cidade, com espaço um pouco acanhado, mas com muita vontade de sobrepujar as concorrentes, o que conseguiu até mesmo pela novidade no mercado!



Ali permaneceu por um bom tempo, e foi mais tarde transferida para a rua Halfeld, num prédio existente até hoje, na praça Dr. João Pessoa ( para quem não sabe, é aquela que fica à frente do Cinte Teatro Central ), com instalações mais modernas ainda e inclusive com belo auditório para 200 pessoas, sentadas em cadeiras estofadas !



Tive a oportunidade de ser também programador musical da emissora, criando um programa ao qual dei o título de " BOA NOITE MÚSICA ".



O sucesso foi tamanho, que a audiência crescia constantemente e os anunciantes, faziam fila para ter oportunidade de colocar seus produtos naquela " vitrine ".



Era apresentado de 21:00 às 23:00 horas de segundas às sextas-feiras, com músicas extremamente selecionadas por mim , com qualidade inquestionável, e que fazia com que os jovens da época fixassem seus aparelhos receptores na DIFUSORA, para ouvir o programa diáriamente.



Há algum tempo, estive adquirindo um automóvel em uma concessionária, e quando fazia o contrato de compra, e que meu nome completo óbviamente apareceu, o proprietário da empresa disse-me: Por favor senhor Glauco, gostaria que minha Mãe o conhecesse, pois ela sempre gostou de ouvir Rádio, e o acompanhava pela Rádio Globo do Rio de Janeiro, dizendo-me sempre que o ouvia desde moçinha, e falava num programa que era espetacular!



Foi então buscar a Senhora Mãe dele no escritório da firma e a trouxe à minha presença. Foi um momento muito gostoso para nós , pois ela e eu revivemos o passado que não retorna.



E ela me disse: Meu marido e eu, quando namorados, deixávamos de ir ao cinema para ficar em casa ouvindo o " BOA NOITE MÚSICA "....dançávamos coladinhos ao som das melodias deliciosas que você escolhia e apresentava.




quinta-feira, 27 de março de 2008

Radio Industrial de Juiz de Fora- parte 03

Dolár Tannus, gerente da Rádio Industrial, nasceu na cidade do Rio Grande, RS, e iniciou sua vida artística naquela cidade e no grupo Radiointerior, sendo posteriormente transferido para Juiz de Fora.

Era realmente excelente profissional, sabendo TUDO de Rádio, e me ensinando muito, por ter visto em mim, um potencial funcionário.

Estranho, como percebeu apenas ao conversar comigo, meu timbre de voz, bem como minha facilidade de me expressar, tirando-me a idéia de continuar executando acordeom como roby, já que realmente até aquele instante, aos 17 anos de idade, minha intenção era seguir a carreira militar ( Aeronáutica ), pois estava prestes a me inscrever para servir ao Exército.

Ele investiu em mim, cobrando-me sempre muito ao ler comerciais e anunciar as músicas ao microfone, ensinando-me a ler as palavras com todas as sílabas bem acentuadas, numa só tonalidade e diapasão, a saber como respirar durante a leitura, e dando-me noção de Inglês, Francês, Espanhol e Alemão, para que dentro do possível passasse aos ouvintes, nomes de músicas e notícias internacionais, com a melhor pronúncia, fazendo com que aqueles mais cuiltos, tivessem melhor impressão da emissora dirigida por ele....

Infelizmente, hoje não mais se consegue quem tenha a vontade de ensinar aos mais novos, bem como a capacidade para tal!

Os profissionais de hoje, saem das Faculdades, sem a menor condição para trabalhar ao microfone, pois conseguem apenas a TEORIA, sem obter a PRÁTICA tão necessária nesses casos.

Há professores, que nunca usaram um microfone, e portanto como poderão passar aos estudantes, aquilo que não aprenderam !

Os empresários do setor, atualmente só pensam no faturamento , sem perceber que para tal, necessitam apresentar um bom trabalho profissional, para que possam ter um produto final a oferecer ao anunciante.

Não havendo o produto, não há o retorno financeiro, não havendo retorno financeiro, óbviamente não há o bom profissional, pois este não aceitará trabalhar por quantias ínfimas, como acontece hoje.

Naquela época não havia Faculdade de Comunicação, e todos os profissionais eram auto didatas e dos melhores, pois faziam seu trabalho por AMOR à ARTE.

Na Rádio Industrial, estive ao microfone durante 09 meses, atuando inclusive como Rádio - Ator em algumas ocasiões, por influência e até mesmo exigência de Dolár, no que só tenho a agradecer.

Lembro-me e bem que já no Carnaval daquele ano ( 1955 ) ele me levou para transmitir AO VIVO os bailes de gala do Hotel Quitandinha em Petrópolis, RJ., que eram os mais badalados da época, com grande presença de público e da alta sociedade carioca.

Foi sucesso absoluto: para mim e para a Rádio Industrial.

Em setembro daquele ano então, surgia a terceira emissora de Rádio AM na cidade: Difusora Minas Gerais, que faria concorrência com a PRB-3 e a Industrial.

terça-feira, 25 de março de 2008

Rádio Industrial de Juiz de Fora

A Acima, apareço na terceira posição da direita para a esquerda no alto da foto !


Iniciei então minha vida profissional ao microfone, atuando no horário da manhã, considerado o nobre do rádio, pois que havia enorme audiência junto principalmente às donas de casa, uma vez que cuidavam da arrumação, dos filhos para o colégio e o almoço da família.

Naquela época, televisão só nas grandes cidades. O rádio era mesmo o grande companheiro.

Obtive então um programa especial, cujo título era: " BOM DIA MADAME ."

Falava sobre culinária, horóscopo, poesias, muita música e notícias .
Havia patrocinadores para cada quadro do programa, e os noticiários eram apresentados por um excelente locutor: WILSOM de ANDRADE, já falecido , que posteriormente seguiu para Brasília, onde montou uma casa de material esportivo chamada CASA do ATLETA, tornando-se conhecidíssimo na Capital Federal e sendo eleito inclusive como Presidente da Federação de Futebol Brasiliense, construindo na sua administração, o primeiro estádio de futebol de lá.

Juiz de Fora, possuia então, apenas duas emissoras de rádio: a PRB-3 - Rádio Sociedade de Juiz de Fora e a Rádio Industrial.

A PRB-3, pertencia ao grupo dos Diários Associados, e a Industrial, ao grupo Radiointerior, com diversas emissoras pelo País e escritório central no Rio de Janeiro.

A concorrência profissional era enorme e salutar. As duas, mantinham " cast " artístico, com Regional , Orquestras, Atores, Atrizes, Cantores, Apresentadores, Locutores Esportivos, Repórteres, Redatores, Operadores de Som e Contra-regras e carros de reportagens externas.

Havia programas de audiório apresentados diáriamente à noite , com platéias de 400 cadeiras em cada emissora, fazendo com que o público que não gostasse de cinema, tivesse oportunidade de sair de casa para acompanhar seus astistas preferidos.

Os profissionais tinham amor ao que faziam, mas em sua maioria, possuiam outros afazeres para complemantar o salário que não era tão interessante!

Aqui, a palavra PROFISSIONAL, está bem aplicada, pois que , muitos deles posteriormente bateram asas, alçando vôos para Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, conquistando as emissoras dessas gandes cidades tronando-se também conhecidos e famosos.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Rádio Industrial de Juiz de Fora

Em 1954, eu era Acordeonista, e me inscrevi como compositor amador em um programa na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, criado por Lourival Marques, para incentivar jovens compositores no Brasil.

Era apresentado por César de Alencar , tendo Heron Domigues, como locutor comercial. Foram inscritos 1.500 candidatos, tendo eu sido o ganhador e premiado com a gravação de minha música Orquestrada pelo maestro Alexandre Ignatalli, e cantada por Ivon Curi.

Ouvindo o programa, o Sr. Alceu Nunes da Fonseca, então proprietário da Rádio Industrial de Juiz de Fora, convidou-me para ser o Acordeonista do conjunto musical da emissora.

Chamou-me ao seu escritório na cidade do Rio de Janeiro, e me entregou uma carta para que eu a apresentasse ao então Diretor Geral da rádio, Dolár Tannus. Fui recebido por ele, quando me disse que não precisava de acordeonista, mas de um LOCUTOR, e que o meu timbre vocal era apropriado para o programa que ele tinha em mente.

Relutei, pois não havia pensado em trabalhar em rádio, embora que com 17 anos de idade, já gostasse imensamente de OUVIR as emissoras da época.

Fui convencido a aceitar o convite , a fazer um teste, e imediatamente contratado. Iniciei minha carreira então em Janeiro de 1955. Nesta foto, aparecem colegas da época naquela emissora, sendo que , o segundo da direita para a esquerda, é RUBENS FURTADO, então locutor esportivo, e que posteriormente dirigiu o Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, a Tv-Tupi, implantou a TV-Manchete e foi Diretor Geral da Rede Bandeirantes de Televisão.